Onde se separam os homens dos meninos

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Vou lhes contar um segredo, que não é assim tão secreto...ao menos pra quem me conhece um pouco melhor. Sou totalmente aficcionado por quadrinhos. Sou tão fã dessa que, pra mim, é a "oitava arte" que recentemente até resolvi arriscar uns desenhos e roteiros.

Mas não é do meu vão esforço em realizar um sonho de criança que eu vim falar, mas sim do talento daqueles que são os maiores mestres da arte sequencial. E de suas obras também.

Sabe...eu tinha começado fazendo um lista. Adoro listas. Mas percebi que não teria a capacidade de fazer tal lista...então resolvi dissertar.



Mas pra mim, o maior dos personagens dos quadrinhos não é nenhum dos "grandes nomes". Nada de Homem Aranha, Rorschack, Super Homem ou Batman. Ok...ele até é um grande nome...muita gente conhece ele, mesmo que sem saber.

Sei que vou ser ameaçado de morte por isso, mas o melhor personagem da história da arte sequencial é Dick Grayson. Sim, o bom e velho Richard Grayson, o primeiro Robin. E o motivo é simples: Ele é o personagem que mais apresentou um dinamismo em sua história. Outros personagens chegaram perto...mas nenhum aos pés de Dick.



Entenda:
1 - O primeiro sidekick da história. Dick estreou como o aprendiz do maior detetive do mundo e maior herói sem poderes existente. Já em sua origem ele se iguala ao seu mentor (pais mortos, juramento de combate ao crime) e continua a seguir seus passos através do treinamento oferecido por Bruce Wayne. Ora...se Bruce treinou com os melhores do mundo, então Dick aprendeu com O melhor do mundo. Com a vantagem de ter outros tutores ocasionais como Alfred e Superman.



2 - O primeiro sidekick a crescer! Acontece que o tempo passa. Dick não poderia ser criança pra sempre. Precisava crescer, e cresceu. Um crescimento lento, gradual, e que forçou uma mudança drástica em quase tudo o que dizia respeito ao seu mentor, Batman. Pois a dupla dinâmica era necessária, sempre necessária. Um Batman não vive sem um Robin, ou pelo menos, à partir da chegada de Dick, não poderia mais. Mesmo com eles se distanciando (Btm na Liga da Justiça e Robin nos Jovens Titãs) a parceria era necessária. Mas Dick era um artista nato, um líder nato e, em seu treinamento, tornou-se um herói completo. Precisava respirar seus próprios ares. E então nasce o Asa Noturna, com nome inspirado por uma lenda kryptoniana, resquícios de Batman, mas autêntico e em sua própria cidade - Blüdhaven.

3 - O primeiro sidekick a assumir o manto de seu mentor...ou ao menos o único com real importância. Pioneirismos à parte, a evolução natural de Dick de Robin para Asa Noturna para Batman, com seu próprio Robin é o que os roteiristas chamam de perfeição. Um início, um meio e um fim que por sua vez retorna ao início, gerando um novo ciclo. Foi difícil, mas ele chegou lá e conseguiu. Saiu das trevas para a sombra de um mentor, deixou o mentor para crescer por si só, seus próprios desafios e então tomou para si seu lugar de direito como protetor de Gotham.

E se ainda não estão convencidos, jogo um de meus ases em jogo: Hamlet. Dick o mesmo caminho do herói trágico. Um tanto deturpado, mas faz.

Com os Novos 52 (para os leigos: é o reboot da DC...tudo foi zerado e começaram as histórias todas do zero) Dick volta a ser Asa Noturna mas, o que eu achei sensacional, o período dele como Batman não foi ignorado. A incorporação desse fato tão importante nesse personagem foi uma decisão muito feliz por parte da DC, devo dizer.

Eu apenas gostaria que ele fosse melhor aproveitado. É um personagem que inicialmente foi criado para chamar o público jovem a comprar mais quadrinhos, e de uma certa forma ele continuou assim por muito tempo. Mas mesmo com o conceito inicial tão simples, ele é capaz de se desdobrar de tantas formas...um potencial enorme...Fico imaginando uma graphic novel escrita pelo Alan especialmente sobre o Dick Grayson....pena que Alan não escreverá mais...



Digo isso por que ele vai além da ação de quadrinhos mainstream. Seu conceito se encaixa a qualquer época da humanidade, qualquer um poderia ser Dick Grayson, da idade da pedra lascada, até o fim dos tempos. Ele é possível, ainda mais possível que muitos outros personagens, e ainda assim, é fantástico e onírico.

Eu poderia dissertar por muito mais tempo sobre o assunto, mas acredito que isso tudo já basta. Imagino que muitos discordem da minha opinião, mas estão todos convidados a discutirem sobre o assunto.

Por enquanto é só pessoal, tentarei contatar a Amazona e Ale Atório para retornar as atividades do Bardo...saudades da presença feminina do blog...

E de antemão já os previno que meu próximo post será dedicado à Moebius, o grande gênio francês da ilustração.


REVIVAL
E para manter a tradição do Bardo, aqui vai mais uma pérola do fundo do baú musical. Três pérolas, para comemorar mais um retorno das atividades do Bardo!!!

1 - Budgie - Breadfan : Trazido até mim pelo Léo, parceiro meu da Protobone, dispensa comentários. Sério, não vou comentar nada...apenas aproveitem, por que é boa demais!




2 - Pagan Altar - Judgement of the Dead : Um dos grupos pioneiros do Doom, junto de Saint Vitus, Witchfinder General e Pentagram. É tão épico que já me inspirou a criar músicas e personagens.



3 - Black Death - Night of the Living Dead : O que posso dizer sobre esta pérola da indústria fonográfica? Eles formaram a primeira banda de Black Metal da história! Ok, essa foi uma piadinha muito, mas muuuito tosca. Black Death virou quase uma lenda da internet, mas a verdade é que ela é a primeira banda de metal composta unicamente por membros afrodescendetes (gosto de pioneirismos). Por mim não há nada de diferente, fazem um som bom como qualquer outra banda no mundo, mas vale lembrar que a cena do heavy metal "clássico" ainda hoje é tem um certo domínio "ariano". Na terra dos headbangers de cabelões lisos e ensebados, Black Death é realeza!


Um abraço quadrinístico a todos, até a próxima!



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